Redes de pesca são reaproveitadas em fabricação de pufes

Uma empresa brasileira com sede em São Paulo, especializada em mobiliários para áreas externas, decidiu criar uma coleção de pufes que com reaproveitamento de redes de pesca. A Eco Flame Garden preenche um percentual do enchimento dos assentos com redes de pesca abandonadas ou perdidas no mar.

Para a produção dos pufes, as redes são recolhidas do mar por Organizações Não Governamentais parceiras. Depois, são trituradas e confeccionadas e preparadas para o preenchimento dos pufes. E não é apenas isso, a cada produto vendido, a marca destina 5% do faturamento para o Projeto Tamar.

Foto: Eco Flame Garden / Divulgação

De acordo com representantes da Eco Flame Garden, com essa nova linha, quem comprar os pufes da empresa também comprará um projeto. O objetivo é inspirar e conscientizar outras pessoas pela preservação do meio ambiente, e a expectativa é que um dia não seja mais necessário produzir essa linha.

Sobre o problema das redes de pesca

Estima-se que 640 mil toneladas de redes de pesca acabam descartadas no oceano todos os anos. Esses materiais são responsáveis pela morte cruel de animais marinhos como peixes mamíferos, répteis, aves, invertebrados. Animais morrem por fome, sufocamento e podem ser mutilados e feridos, indo a óbito por infecções.

A chamada pesca fantasma, nome dado a esse tipo de captura e impacto pelas redes descartadas, ainda afeta e degrada recifes de corais superficiais, que já sofrem devido à poluição nos mares.

Além desse impacto na morte de animais, estima-se que 5% a 30% do declínio populacional de algumas espécies se devem a esse problema. Apenas no Brasil, quase 70 mil animais marinhos são afetados por dia.

As redes de pesca demoram a se decompor, podem levar até 600 anos, e mais: ainda vão se quebrando e se transformando em resíduo micro plástico. Conforme o Greenpeace, as redes correspondem a mais de 85% do lixo plástico nos oceanos.

O projeto Tamar

Criado em 1980, o projeto Tamar atua na preservação de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, daí deriva o nome: Tamar vem de Tartaruga Marinha.

Com o tempo, o projeto percebeu que havia a necessidade de os trabalhos não ficarem apenas restritos às tartarugas, mas também no desenvolvimento de comunidades costeiras. O intuito é oferecer alternativas econômicas que amenizem a questão social diminuindo a caça e a pesca das tartarugas marinhas.

Atualmente, há 22 bases do projeto no Brasil. Confira:

  • Fernando de Noronha, Pernambuco
  • Pipa, Rio Grande do Norte
  • Ponta dos Mangues, Sergipe
  • Pirambu, Sergipe
  • Aracaju, Sergipe.
  • Abaís, Sergipe
  • Mangue Seco, Bahia
  • Sítio do Conde, Bahia
  • Costa do Sauípe, Bahia
  • Praia do Forte, Bahia
  • Arembepe, Bahia
  • Busca Vida, Bahia
  • Guriri, Espírito Santo
  • Pontal do Ipiranga, Espírito Santo
  • Povoação, Espírito Santo
  • Vila de Regência, Espírito Santo
  • Ilha de Trindade, Espírito Santo
  • Vitória, Espírito Santo
  • Farol de São Tomé, Rio de Janeiro
  • Ubatuba, São Paulo
  • Beto Carrero World, Santa Catarina
  • Florianópolis, Santa Catarina