Todo mundo adora um lindo e extenso gramado, não é mesmo? A grama é uma vegetação muito utilizada em parques e praças, pelo mundo afora e, além de deixar a paisagem mais bonita, tem efeitos positivos para a natureza.
Porém, com as grandes secas enfrentadas na Europa e as ondas de calor dos últimos tempos naquele continente, ações para o equilíbrio climático vêm sendo pensadas com mais força. Uma delas seria a substituição de grandes gramados por árvores e florestas urbanas, segundo o que indica a Open City, entidade com sede em Londres e que tem como objetivo atuar por uma arquitetura acessível e equitativa.
A questão é que esses gramados, em períodos normais são vistosos e bem verdinhos, mas com a grande estiagem, concentram grandes áreas de grama seca, pouco contribuindo para a qualidade de vida nos centros urbanos. A origem de grandes parques com largos gramados é fruto de projetos paisagísticos britânicos dos séculos 17 e 18, inspirados em jardins aristocratas daquela época.
Para manter extensos gramados em bom estado, seriam necessários cerca de 10 litros de água por metro quadrado por semana, um exagerado consumo para vegetações que não influenciam tão fortemente nos efeitos das mudanças climáticas.
Embora a grama seja uma opção muito melhor do que outros revestimentos de solo, sua contribuição no sentido de equilíbrio do clima é baixa. Além disso, grandes extensões de grama, em períodos de forte secas, podem se tornar verdadeiros desertos verdes, com biodiversidade bastante limitada, de acordo com Adam Hunt, do estúdio de paisagismo Urquhart & Hunt.
Árvores e florestas urbanas
Diferentemente da grama, as árvores têm capacidade para se manter por muito mais tempo, além de serem habitat natural de diversas espécies. Isso se dá muito em parte porque as árvores possuem raízes muito mais profundas que a grama, podendo extrair a umidade do solo mais profundo. Outra particularidade é que as plantas conseguem absorver líquido nos períodos de maior concentração de chuvas, garantindo uma espécie de reservar muito mais segura.
E a grande contribuição: árvores podem regular temperaturas urbanas em uma variação de 8°C a 12°C. Ou seja, excelentes equipamentos de ar-condicionado, não é mesmo?
A solução pensada pelo estúdio de paisagismo é transformar os extensos granados britânicos em pequenas florestas urbanas, mescladas com árvores, cerrado e pastagens. Essa combinação resultaria em espaço mais verdes, sustentáveis e biodiversos.
Mesmo com essa mudança, os parques não perderiam seu espaço aberto para convivência, de esportes e piqueniques, porém abrigando milhões a mais de espécies de plantas. O resultado disso seria o aumento da capacidade de resgatar milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, melhorando a qualidade do ar, e o controle natural das temperaturas nos centros urbanos.
E tem mais: florestas urbanas ajudam a combater inundações e enchentes de maneira mais eficiente. Isso porque as raízes das árvores, mais profundas, conseguem absorver a água das chuvas rapidamente. Estima-se que espaços de floresta urbana reduzem o escoamento superficial da água (aquele que corre pela superfície apenas) em até 80% na comparação com pisos de asfaltos.
Então, gostou de saber como as árvores podem ajudar a melhorar ainda mais aqueles parques e espaços que possuem grandes gramados? Que tal colocar em prática nos nossos bairros e nossas cidades? Contribua, compartilhando essa informação nas suas redes sociais.